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Após um interregno de quatro dias,
 voltei a desenhar torres com escadas íngremes e fantásticas 
no que concerne à sua estrutura e concepção.
Elas no fundo são uma homenagem aos nossos jovens emigrantes
 que em terras desconhecidas lutam e sonham
subindo as suas escadas na esperança de chegar ao topo.
Pela frente quantas caminhadas (...)
A incerteza e a expectativa vão na sua bagagem.
Quantas vezes se esfuma a esperança
e renasce a vontade de voltar.
Quando o silêncio preenche as noites vazias sem sono
e provam o sal das lágrimas escorridas do rosto ...
Pela manhã caminham de novo no meio da multidão anónima
as escadas ali estão, imponentes,
com circuitos de desenho estranho e complicado, 
interligadas em muros de portões fechados
numa rua povoada de anúncios que não servem.
Com passos lentos olham em redor e procuram subir.
 Resistem. Olham em frente com esperança
como se fossem espectadores do tempo.
 Mas só mais tarde se apercebem que ninguém oferece mais 
do que o valor dos seus talentos...
e ficam escadas por subir.

(aos jovens emigrantes que com coragem  
          deixaram  Portugal)

 

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